segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A vida em tons de cinza, de Ruta Sepetys

Sinopse:

Lina Vilkas é uma lituana de 15 anos cheia de sonhos. Dotada de um incrível talento artístico, ela se prepara para estudar artes na capital. No entanto, a noite de 14 de junho de 1941 muda para sempre seus planos. Por toda a região do Báltico, a polícia secreta soviética está invadindo casas e deportando pessoas. Junto com a mãe e o irmão de 10 anos, Lina é jogada num trem, em condições desumanas, e levada para um gulag, na Sibéria. Lá, os deportados sofrem maus-tratos e trabalham arduamente para garantir uma ração ínfima de pão. Nada mais lhes resta, exceto o apoio mútuo e a esperança. E é isso que faz com que Lina insista em sua arte, usando seus desenhos para enviar mensagens codificadas ao pai, preso pelos soviéticos.

Trechos do livro:

"Durante aqueles períodos de silêncio, eu me agarrava a meus velhos sonhos. Era sob a mira de uma arma que eu abraçava todas as esperanças e me permitia desejar do fundo do coração. Komorov acreditava estar nos torturando. Mas fugíamos para uma imobilidade bem dentro de nós. Ali encontrávamos força".

"A expressão em seus rostos era uma canção de derrota".

"Enquanto desenhava, pensei em Munch e em sua teoria segundo a qual a dor, o amor e o desespero eram elos de uma corrente infinita".

"Segurei minha sacola para proteger os livros. Não podia deixá-la balançar e bater, como de costume. Afinal de contas, ali dentro estava Edvard Munch. Eu havia esperado quase dois meses para minha professora receber os livros, que finalmente chegaram de Oslo.
Sabia que meus pais não iriam gostar de Munch nem de seu estilo, que alguns chamavam de 'arte degenerada'. No entanto, assim que vi as fotos de Ansiedade, Desespero e O grito, tive que ver mais. As obras de Munch eram disformes, distorcidas, como se tivessem sido pintadas em meio à neurose. Fiquei fascinada".


"Passamos a nos conhecer graças a nossos anseios e a nossas preciosas lembranças".

"Agora eu sabia como Edvard Munch se sentia. 'Pinte o que vê', dissera ele. 'Mesmo que o dia esteja ensolarado e você só veja escuridão e trevas. Pinte o que vê'. Tornei a piscar os olhos. Não posso, pensei. Não posso pintar o que vejo".

"A psicologia de terror de Stalin parecia ter por base o fato de nunca se saber o que esperar".

"Um comentário feito na margem por um crítico de arte dizia: 'Munch é antes de tudo um poeta lírico das cores. Ele sente as cores, mas não as vê. Em seu lugar vê tristeza, pranto e ruína'. Tristeza, pranto e ruína. Eu também via isso em Cinzas. Achava a obra genial".


"Na Sibéria só havia dois desfechos possíveis. Sucesso significava sobrevivência. Fracasso significava morte. Eu queria sobreviver".



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