terça-feira, 6 de dezembro de 2011

UM DIA - David Nicholls

Sinopse:
Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro. Os anos se passam e Dexter e Emma levam vidas isoladas - vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite, surge uma extraordinária relação entre os dois. Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia - 15 de julho.


Trechos do livro:

"... sentiu um extremecimento de aversão em relação a ele que a tranquilizou."

"Devia haver bastante diversão e pouca tristeza, não mais que o absolutamente necessário".

"Jornalismo implicava travar uma árdua batalha com coisas difíceis, como palavras e ideias".

"O fracasso e a infelicidade são mais fáceis, porque você pode fazer piada com isso".

"Se as pessoas tratassem enfermagem, serviço social ou lecionar com o mesmo respeito com que tratam a mídia..."

"Claro que não tinha o brilho artístico da fotografia ou a credibilidade de um correspondente de guerra, mas televisão era uma coisa importante. Televisão era o futuro. Democracia na prática, chegava à vida das pessoas de maneira imediata, formava opiniões, provocava, entretinha e envolvia de um jeito mais eficaz do que todos aqueles livros que ninguém lia ou peças que ninguém ia".

"Havia dinheiro na mídia: esse fato transparecia nos escritórios arejados e de cores primárias, com seus sistemas de computadores ultramodernos e generosas geladeiras comunitárias".

"E tem dias que a gente acorda e tudo está perfeito".

"Em Londres o ar era uma coisa que se podia enxergar, como um aquário mal cuidado".

"A inveja é uma espécie de imposto que se paga pelo sucesso".

"Porém, ficar olhando para alguém e conversar até perceber que o dia está amanhecendo? Quem tem tempo ou energia para conversar a noite toda agora? Sobre o que falariam? Preços dos imóveis? Houve época em que esperava ansiosamente que o telefone tocasse à meia-noite, hoje em dia o telefone só toca tarde da noite no caso de algum acidente. E será que precisavam de mais fotografias, quando se lembravam tão bem do rosto um do outro e tinham caixas de sapatos cheias de fotos, um arquivo de quase vinte anos? Quem escreve longas cartas hoje em dia e nessa idade, e qual a razão para se preocupar tanto?"

"Não, esta era a vida real, e era normal não se sentir mais tão curiosa ou apaixonada como no passado. Aos trinta e oito anos, seria inapropriado, indigno, ter amizades ou casos de amor com o mesmo intusiasmo e a intensidade de uma garota de vinte e dois. Apaixonar-se daquele jeito? Escrever poemas, chorar ouvindo uma música pop? Arrastar pessoas para dentro de cabines fotográficas, levar um dia inteiro para gravar uma seleção de músicas numa fita, perguntar às pessoas se queriam dormir com ela só para fazer companhia? Se hoje em dia você citasse Bob Dylan, T.S. Eliot ou, Deus me livre, Brecht para alguém, a resposta seria um sorriso formal e um passo atrás, e quem poderia culpá-los? Ridículo, aos trinta e oito anos, esperar que uma canção, um livro ou filme mudem a sua vida. Não, tudo agora estava assentado e estabelecido, e a vida era levada num clima geral de conforto, satisfação e familiaridade. Não haveria mais enervantes altos e baixos. Os amigos de agora eram os amigos que teriam em cinco, dez, vinte anos. Não tinham esperança de se tornar muito mais ricos ou pobres, só queriam continuar saudáveis por algum tempo ainda. Encontravam-se na média: classe média, meia-idade, felizes com a felicidade possível".

"É onde tudo começa. Tudo começa aqui, hoje".

"... e se eu pudesse
te dar só um presente
para o resto da sua vida seria este.
Confiança".







Nenhum comentário: