terça-feira, 6 de setembro de 2011

Caminhos - Raul Seixas

Caminhos

Voce me pergunta aonde eu quero chegar
Se há tantos caminhos na vida
E pouca esperança no ar e até a gaivota que voa
Já tem o seu caminho no ar
O caminho do fogo é a água,
o caminho do barco é o porto,
o do sangue é o chicote,
o caminho do reto é o torto.
O caminho do bruxo é a nuvem,
o da nuvem é o espaço,
o da luz é o túnel,
o caminho da fera é o laço.
O caminho da mão é o punhal,
o do santo é o deserto,
o do carro é o sinal,
o do errado é o certo.
O caminho do verde é o cinzento,
o do amor é o destino,
o do sexto é o cento,
o caminho do velho é o menino.
O da agua é a sede,
o caminhodo frio é o inverno,
o do peixe é a rede,
o do frio é o inferno.
O caminho do risco é o sucesso,
o do acaso é a sorte,
o da dor é o amigo,
o caminho da vida é a morte.

Caminhos II

Assim como
Todas as portas são diferentes
Aparentemente
Todos os caminhos são diferentes
Mas vão dar todos no mesmo lugar
Sim

O caminho do fogo é a água
Assim como
O caminho do barco é o porto
O caminho do sangue é o chicote
Assim como
O caminho do reto é o torto
O caminho do risco é o sucesso
Assim como
O caminho do acaso é a sorte
O caminho da dor é o amigo
O caminho da vida é a morte

E você ainda me pergunta aonde eu quero chegar
Se há tantos caminhos na vida
E pouquíssima esperança no ar e até a gaivota que voa
Já tem o seu caminho no ar
O caminho do risco é o sucesso,
o do acaso é a sorte,
o da dor é o amigo,
o caminho da vida é a morte.

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